Jogos Mundiais Indígenas gera críticas e protestos

Jogos sim, mas com terra demarcada, respeito e dignidade

Por Redação
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Protestos na abertura dos Jorgos Mundiais Indígenas. (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

A Comissão Indígena Missionária (Cimi) lançou nota no último dia 23 denunciando o “caráter contraditório” da Realização dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas diante do cenário de ataque que os povos originários sofrem no Brasil.

A primeira edição dos jogos está acontecendo na capital do Tocantins, Palmas, e teve a presença da presidenta Dilma Rousseff e da ministra da Agricultura, e grande opositora das pautas indígenas, Kátia Abreu.

Uma liderança Karajá afirmou que a presença de Abreu na cerimônia de abertura é um “horror”. “Estão zombando de nós. Estão cometendo um genocídio contra nossos povos”, afirmou.

Críticas e Protestos

Protesto

(Foto: Arquivo CIMI)

Barrados na entrada da arena, centenas de indígenas fizeram o seu protesto do lado de fora, procurando obstruir a entrada das delegações e ameaçando derrubar as grades. Os gritos e as palavras de ordem eram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215 – chamada pelos povos de “PEC do Genocídio” –, a paralisação das demarcações das terras indígenas e pelo “Fora Kátia Abreu”. Faixas com estes dizeres foram abertas dentro da arena.

Próximo ao local do evento também protestaram representantes dos movimentos sociais e aliados da causa indígena. Com inúmeras faixas e mais de uma centena de cruzes fincadas ao longo da avenida de acesso ao local dos jogos, procuraram dar visibilidade às demandas dos povos indígenas, seus direitos, suas lutas e sua resistência: “Jogos sim, mas com terra demarcada, respeito e dignidade”.

Outras faixas demandavam o “Fim do Genocídio Indígena” e “Não a Matopiba” (a nova fronteira agrícola do agronegócio que o Estado pretende instituir no Nordeste, com extensão de 73 milhões de hectares, que irá atingir 28 terras indígenas, 42 unidades de conservação ambiental, 865 assentamentos e 34 quilombos). O fim de projetos legislativos que ofendem os direitos constitucionais dos indígenas, como a PEC 215 e o Projeto de Lei (PL) 1610, que libera a exploração da mineração em terras indígenas, dentre outros, também foi pauta dos protestos realizados em Palmas.

Com Informações de Brasil de Fato, Egon Heck, Laila Menezes e Cimi Regional Goiás/Tocantins

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