Dom Esmeraldo aponta os desafios da Missão para a formação dos futuros padres

Por Assessoria de Imprensa

A preocupação com a formação missionária dos futuros padres é tema de debate no 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas, que começou nesta quinta-feira, 9, em Belo Horizonte (MG). Um das tarefas do bispo auxiliar de São Luís (MA), dom Esmeraldo Barreto de Farias, foi indicar, na conferência que fez na manhã desta sexta-feira, 10, os desafios que a Missão aponta para a formação dos missionários padres.

O bispo enumerou pelo menos dez situações que a Missão coloca como exigência para a formação dos futuros padres. Uma dessas exigências é a passagem de "um missionário como aquele que sabe, determina e vai levar para o missionário discípulo-testemunha do encontro com Jesus Cristo".

"Há quem chegue a territórios de missão preocupado em levar muitas coisas para colocar na cabeça do povo, sem saber que aquele mesmo povo é sujeito da missão, tendo cultura e vivência eclesial própria", disse dom Esmeraldo.

Outra exigência, de acordo com o bispo, é passar de um missionário que "trata os pobres como objeto de sua ação pastoral" para um missionário que "acolhe os pobres como presença viva de Jesus e como sujeitos de sua história e missão".

Dom Esmeraldo chamou atenção também para o desafio que o missionário tem de superar a tentação de "exigir certos direitos e de ser reconhecido" por cumprir a missão. "Isso mata a vida de um missionário", disse. O missionário, segundo o bispo, deve viver a gratuidade "oferecendo a própria vida".

O conferencista apontou, ainda, como desafios da Missão a necessidade de o missionário deixar de ser um "fazedor de coisas" para contemplar mais a ação de Deus nas pessoas. Enfatizou a importância de o missionário presbítero valorizar o protagonismo dos leigos/as e dos pobres, além de "não se colocar como centro da missão", mas que aprenda a "formar comunidades ministeriais, missionárias, solidárias e celebrantes do Mistério Pascal".

Dom Esmeraldo manifestou sua preocupação quando o seminarista se fecha à formação oferecida pelo seminário. Comparou esta atitude como alguém que se veste com uma capa plástica para tomar banho "e não se deixa encharcar". Ele condenou os que aconselham os seminaristas a terem esse comportamento. "Isso é um crime para a formação dos presbíteros", disse.

Segundo o bispo, que é presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, a causa missionária deve ser a primeira de todas as causas. "Toda renovação da Igreja deve ter como alvo a missão a fim de não haver uma introversão eclesial. É a missão que quebra as estruturas caducas", sublinhou.

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