Por uma Igreja em saída para servir

Edson Magalhães

"Ide por todo o mundo e anunciai o evangelho a toda criatura". (Mt 28,19). Estas são palavras que não podem ficar ocultas no vazio ou somente nas páginas sagradas, devem antes, fomentar em nós um desejo ardente pela missão e pelo Reino que se concretizará por meio do anúncio.

A experiência impactante com Jesus ressuscitado deve nos levar a avançar para águas mais profundas realidades aonde os choros e as lágrimas tomam conta do sofrimento e Cristo deseja se encarnar e se compadecer.

A Igreja não deve ter uma espiritualidade missionária, mas antes disso, ela é por essência vindoura da missão. Foi por meio do anúncio destemido dos apóstolos que recebemos a mensagem salvadora do Reino, realidade que não deve ser exclusividade privada de uma cultura, um povo ou uma religião.

Se a experiência missionária nos impactou com a profecia do anúncio, precisamos também nós impactar outros povos com a mensagem libertadora do evangelho de Jesus Cristo por meio e com a Igreja.

Estas e outras reflexões foram evidenciadas durante o 1º Congresso Missionário de Seminaristas do Regional Sul 1 (São Paulo), realizado na cidade de Jundiaí, entre os dias 30 de abril e 03 de maio, com o tema: "o missionário presbítero para uma Igreja em saída". O encontro foi em preparação ao 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas marcado para o mês de julho em Belo Horizonte (MG).

De fato, a missão é o coração da Igreja. Essa convicção está na oração e vontade do Santo Padre, o papa Francisco, que tem olhado para a barca de Jesus que é a Igreja, incentivando para que esta se insira sem medo nas realidades mais sofredoras e desafiantes, nas periferias geográficas e existenciais.

Portanto, não é mais possível pensar um presbítero que não seja missionário em sua realidade ministerial. O Espírito Santo tem dado diversos sinais visíveis e experimentáveis que a Igreja com seus ministros devem ser capazes de se compadecer dos sofrimentos da sociedade.

Ousadia, perseverança, coragem, renúncia, amor e experiência de fé devem marcar o missionário presbítero. É preciso sair de nossa zona de conforto e se confrontar com as realidades visíveis aos nossos olhos. Não podemos mais nos fechar em nossas comunidades, mas antes sairmos com elas para o mundo. Entendemos que o verbo sair aqui, várias vezes citados é a dimensão bíblica proferida no êxodo, isto é, saída libertadora para encontrar a terra prometida, que nada mais é do que o próprio Reino de Deus.

Deste modo, sair para anunciar é deixar que nossas comunidades paroquiais sejam o que nunca deveriam ter deixado de ser: Igreja missionária a serviço do Reino em todo o mundo.

Fonte: www.pom.org.br

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