Geovane Saraiva*
Construir a nossa história e, ao mesmo tempo, ter uma história para contar, só a partir do mistério pascal, do Senhor ressuscitado. Neste sentido contamos com as palavras do Apóstolo Paulo, a nos assegurar com absoluta certeza a realidade da ressurreição: "Transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi: Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas, e depois aos Doze. Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, a maioria dos quais ainda vive, enquanto alguns já adormeceram. Posteriormente apareceu a Tiago, e, depois, a todos os apóstolos. Em último lugar, apareceu também a mim, o abortivo" (1Cor 15, 3-8).
O Senhor Ressuscitado quer ser, através de nós, a Igreja viva e ativa, que unidos e alimentados por sua graça, do ponto de vista da fé, nos tornamos seus seguidores apaixonados e autênticos. Por isso mesmo, a fecundidade de nossa vida, tem sua origem no fato de ser o próprio Jesus Cristo o verdadeiro alimento, que compreendemos com clareza na alegoria do ramo que é sustentado pela seiva do tronco, no qual está unido (cf. Jo 15, 1-8).
Aqui entra o caminho percorrido pelo testemunho da caridade, alimentado na força do Evangelho e da Eucaristia. Alimentado pela esperança de que devemos caminhar e viveres alegres, construindo a nossa própria história, tendo por base a fé. Viver o nosso Batismo é mostrar ao mundo que o cristianismo não é somente "leis e normas", mas algo extremamente profundo, belo e maravilhoso. Daí a vontade de viver, numa busca de transformação, pessoal e comunitária. Como seria bom, se o nosso batismo fosse uma grande profecia, a exemplo de tantos irmãos que nos precederam.
Recebi um presente, neste dia 08 de maio de 2012, do casal José Maria e Cileide, gente da melhor estirpe, um belo maravilhoso livro do Padre Gilberto Paiva, com seguinte título: A Vice-Província Redentorista de Fortaleza. Livro que conta a história dos cinquenta anos da chegada dos Missionários Redentoristas Irlandeses (1960-2010). Eles pisaram no solo brasileiro pela primeira vez no dia 7 de maio de 1960, quando o navio atracou no porto do Rio de Janeiro.
Segundo Padre Bernardo Holmes, ao apresentar a obra de 736 páginas, dos Missionários Redentoristas, faz a seguinte afirmação: "Vieram com muita coragem, criatividade, energia e esperança. Vieram também com o sangue quente!" Diz mais: "Aqui está o resultado desse grande mutirão. Tem muita coisa. E certamente está faltando muito coisa (...)", apesar da volumosa obra. "Quem verdadeiramente encontrou Cristo, não pode guardá-lo para si; tem de anunciá-lo" (cf. João Paulo II, NMI, 50).
Foi o fizeram nossos queridos Irmãos Redentoristas, nos cinquenta anos de história, narrada e muito bem narrada, neste trabalho, que segundo o atual Vice-Provincial, Padre Eridian Gonçalves de Lima, "Constitui-se uma fonte de memórias. Através dele, o leitor entra em contato com a realidade atual da Vice-Província de Fortaleza e acompanha os desafios enfrentados pelos primeiros missionários, jovens irlandeses, recém-ordenados, que, imbuídos do verdadeiro espírito missionário, atravessaram o Atlântico deixando para trás familiares, amigos e todo um modo de vida (...). Pense numa obra enriquecedora, que com certeza, se perpetuará na história da nossa cidade de Fortaleza e do nosso Estado do Ceará.
*Geovane Saraiva é sacerdote da arquidiocese de Fortaleza, CE, pároco da paróquia Santo Afonso. E-mail: pegeeovane@paroquiasantoafonso.org.br
Fonte: www.paroquiasantoafonso.org.br