Ide, convidai a todos para o banquete, é o lema da Campanha Missionária 2024, organizada pelas POM.
Por Jaime C. Patias
O lema da Campanha Missionária organizada pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) este ano é “Ide, convidai a todos para o banquete”, frase inspirada em Mateus 22,9. O tema é: “Com a força do Espírito, testemunhas de Cristo”, em sintonia e comunhão com a Igreja no Continente América que se prepara para o seu 6º Congresso Missionário Americano (CAM6), em novembro deste ano, em Porto Rico. O objetivo é promover a cooperação com as missões em todo o mundo.
“Ide, convidai a todos para o banquete” (cf. Mt 22,9) é o versículo a inspirar o Papa Francisco na mensagem em vista do Dia Mundial das Missões que este ano celebraremos no domingo, 20 de outubro, dia especial para os missionários e missionárias da Consolata que em Roma vivem o evento da canonização do Fundador, o Bem-aventurado José Allamano, um homem apaixonado pela missão ad gentes.
É uma bela ocasião para renovar o dinamismo missionário conforme exorta continuamente o Papa Francisco a sermos uma “Igreja em saída” para tornar acessível a todos a possibilidade de participar no Grande Banquete anunciado pelo profeta Isaías para todos os povos: “O Senhor dos exércitos preparará para todos os povos, neste monte, um banquete de comida gorda, um banquete de vinhos excelentes, de comida suculenta, de vinhos finos” (Is 25,6).
Todas as iniciativas do Mês Missionário têm como objetivo promover a cooperação com as missões mundo afora. O Papa Francisco nos recorda o essencial na vida cristã quando afirma: “A missão no coração do povo não é uma parte da minha vida, ou ornamento que posso pôr de lado; não é um apêndice ou um momento entre tantos outros da minha vida. É algo que não posso arrancar do meu coração (…) Eu sou uma missão de Deus nesta terra, e para isso estou neste mundo” (EG, 27 e 273).
O amor de Deus é fonte da missão
O Concílio Vaticano II nas suas Constituições Lumen Gentium e Gaudium et Spes, e no Decreto Ad Gentes (AG) afirma que a missão tem a sua origem no “amor fontal” do Pai, um amor que não se contém, mas transborda, comunica e sai de si mesmo devido à sua natureza missionária (cf. LG 5; 8; 17; AG 2; Documento Aparecida – DAp 129; 347). Em suma, Deus é missão: a missão vem de Deus porque Deus é Amor. A missão revela a essência de Deus. Refere-se principalmente ao que Deus é e não ao que Deus faz.
Esta missão de Deus manifesta-se de forma definitiva através do envio do Filho amado, Jesus Cristo, o Verbo feito carne (cf. Jo 1,14) “que, sendo rico, se fez pobre por nós para nos enriquecer com a sua pobreza” (AG 3).
Para realizar o seu plano de amor, a missão de Deus revela-se no dinamismo, na efusão e no protagonismo do Espírito Santo, que “já estava em ação no mundo antes de Cristo ter sido glorificado” (AG 4). É o Espírito que desperta a fé (cf. 1 Cor 12,3) e dirige a missão da Igreja aos povos (cf. At 16,6-7). Ao mesmo tempo, “Ele é a alma da Igreja que evangeliza” e a empurra “para fora de si mesma a fim de evangelizar todos os povos” (GS 261). Portanto, “a Igreja é pela sua natureza missionária” (AG 2): a Igreja “é” quando é enviada, ela existe para a missão e deve testemunhar o amor de Deus que em sua misericórdia sai de si e abraça a todos.
“Minha vocação, é o amor!”
Santa Teresinha do Menino Jesus, mesmo vivendo no Carmelo, entendeu o verdadeiro amor de Deus que alcança toda a humanidade. Ela viveu sua vocação com um horizonte universal e como missionária, rezava pelas vocações e pelas missões. Em seus escritos autobiográficos, intitulados “História de uma alma”, ela afirma: “Ó Jesus, meu amor, minha vocação, encontrei-a afinal: Minha vocação, é o amor! […]”.
Seu exemplo nos mostra que “a vida é missão”, mesmo não podendo sair de casa. Todos podemos mostrar nosso amor por meio de gestos concretos. Assim, nos tornamos de fato “missão de Deus nesta terra” respondendo ao apelo: “Ide, convidai a todos para o banquete” (cf. Mt 22,9).