Mais violência contra os Kaiowá Guarani

Cimi

Início da noite de terça-feira, dia 19 de julho, Gaspar Vera, de 45 anos, retornava de uma atividade na cidade de Paranhos (MS), quando próximo da divisa da aldeia Pirajuí foi surpreendido por dois homens encapuzados. Ao se aproximarem do indígena, os homens tentaram disparar contra ele. Os tiros acabaram não atingindo Gaspar, que conseguiu fugir do local. Comunicaram logo o fato a vereadores do município e ao prefeito. A polícia demorou a chegar ao local. Teriam se queixado pelo fato dos indígenas terem acionado o prefeito e os vereadores.

Na manhã seguinte, um membro da missão, que está estabelecida nos limites da terra indígena, encontrou, a uns cinco metros de onde aconteceu a emboscada, uma sacola que continha uma faca, uma lima, uma botina, um cinturão e uma calça do Exército. O senhor que encontrou a sacola fez o boletim de ocorrência nesta tarde.

Os indígenas Kaiowá Guarani do Pirajúí e Ypo'y estão profundamente chocados e assustados com essa onda de violência de que estão sendo vítimas. Na semana passada, Germano, que é técnico de enfermagem, foi espancado por homens encapuzados, nesta mesma região. Eles estão lutando pelo tekohá Potrerito.

De acordo com os indígenas, essas ações estão relacionadas à luta pela terra. Em outubro de 2009, dois professores Kaiowá Guarani fora seqüestrados - Genivaldo Vera e Rolindo Vera. Dias depois, o corpo de Genivaldo foi encontrado com marcas de tortura. Ainda hoje, dois anos depois do seqüestro, a família aguarda por notícia de Rolindo, ou mesmo que seu corpo seja encontrado.

Quando, finalmente, há expectativas quanto a conclusão e publicação de relatórios de identificação das terras Kaiowá Guarani, no Mato Grosso do Sul, recrudescem as violências praticadas contra os indígenas do estado. É momento de resolver a questão da demarcação das terras desse povo, como ponto de partida para reverter o grave problema de violência de que são vítimas.

 

Fonte: www.cimi.org.br

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