O encontro teve como tema “Cuidar da nossa Casa para ser Igreja em saída” que foi apresentado pelo assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o padre Paulo Suess, retomando a Encíclica Laudato si` do papa Francisco.
Por Jaime C. Patias
Avaliar a caminhada dos Conselhos Missionários Regionais e Diocesanos (Comires e Comidis) e fortalecer seu protagonismo na animação e cooperação missionária na Igreja local. Este foi o objetivo da 33ª Assembleia Anual do Conselho Missionário Nacional (Comina) realizada neste final de semana, dias 11 a 13, na sede das POM em Brasília (DF). O encontro reuniu 50 pessoas entre bispos, coordenadores dos Conselhos Missionários Regionais (Comires) e representantes de organismos missionários de todo o Brasil.
Segundo padre Sidnei Marco Dornelas, assessor da Comissão para a Ação Missionária da CNBB e secretário executivo do Comina, “um encontro como esse, com pessoas que articulam as forças missionárias em todo país é uma ótima oportunidade para sondar os anseios das comunidades nesse momento em que falar de missão está de moda”. O padre Sidnei, que coordenou os trabalhos da Assembleia, ressalta ainda que, “todos sentem a necessidade de articular as novas forças missionárias como as missões populares, a infância missionária e os jovens para a missão além-fronteiras”.
Nesse sentido, o documento de Estudo 108 da CNBB sobre “Missão e Cooperação Missionária”, elaborado pelo Comina no ano passado, traz orientações claras para a articulação das várias forças de animação da Igreja no Brasil.
Dom Esmeraldo Barreto de Farias, presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e bispo auxiliar de São Luís (MA), agradeceu a participação dos leigos e leigas, religiosos e religiosas, bispos referenciais para a missão, presbíteros, diácono e seminarista. “Essa representatividade é muito importante para uma maior integração na vivência da missão”, avalia o bispo.
O encontro teve como tema “Cuidar da nossa Casa para ser Igreja em saída” que foi apresentado pelo assessor teológico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), o padre Paulo Suess, retomando a Encíclica Laudato si` do papa Francisco.
Dom Esmeraldo destaca que os impulsos missionários vindos dessa Encíclica nos ajudam a perceber o chamado para cuidar da Casa Comum que é o mundo também como o lugar onde vivemos. “Precisamos redescobrir a missão que Deus nos dá a partir desse lugar”. Por isso, “somos chamados a ir ao encontro das pessoas nessas realidades que são tão exigentes”. O bispo sublinha ainda, a partilha feita pelos regionais com suas realizações e desafios. “Sentimos um apelo para aprimorar o trabalho dos Comires, incentivar os Comidis e ajudar a ciar ou fortalecer os Conselhos Missionários Paroquiais (Comipas). Tudo isso, sem deixar de lado os seminaristas na preparação de missionários presbíteros para assumir a missão da Igreja”.
Pela primeira vez os seminaristas tiveram um membro dos Conselhos Missionários de Seminaristas (Comises), na Assembleia. Coube a João Luiz da Silva, da arquidiocese de Mariana (MG), representar a Comissão Nacional dos Comises, uma realidade que vem crescendo em todo o Brasil. João Luiz recordou os impulsos vindos do 2º Congresso Missionário Nacional de Seminaristas realizado no ano passado e a importância do envolvimento dos futuros presbíteros na missão.
A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) foi representada pela sua presidente, a Irmã Maria Inês Vieira, a Irmã Maria de Fátima Kapp, do setor Missão e a Irmã Vanderléia Corrêa de Mello, que esta segunda-feira, 14, parte para o Haiti onde vai reforçar a Equipe Intercongregacional. Realizado em comunhão com a CNBB, esse Projeto é um sinal do envolvimento do Brasil com a missão além-fronteiras.
Entre outras iniciativas, no caminho de preparação para o 5º Congresso Missionário Americano (CAM 5), o Brasil deverá realizar o seu 4º Congresso Missionário Nacional, com o objetivo de incentivar a missão ad gentes. O evento está marcado para acontecer nos dias 7 a 10 de setembro de 2017, em Recife (PE). O diretor das POM, padre Camilo Pauletti, apresentou o tema do CAM 5: “A alegria do evangelho, coração da missão profética, fonte de reconciliação e comunhão”. Estão previstas também, muitas ações nos regionais e dioceses.
Ao presidir a missa, no 5º domingo da Quaresma, dom Oderil José Magri, bispo de Chapecó (SC), fez um apelo para manter acesa a chama da missão e recordou que “a missão se faz com os pés dos que partem, com os joelhos dos que rezam e com as mãos dos que ajudam”. Animar esse espírito é um dos objetivos do Comina.
Ao redor da Cruz da Missão, um dos símbolos do CAM 5, os participantes da Assembleia encerraram os trabalhos com um momento de oração quando renovaram seu compromisso de seguir trabalhando por uma Igreja em saída.
A próxima Assembleia do Comina deve acontecer no mês de março de 2017.