Arcebispo de Singapura se pronuncia após ataque a sacerdote durante missa; padre encontra-se estável
Por Redação
O cardeal William Goh, arcebispo de Singapura, publicou uma carta pastoral após o ataque sofrido pelo padre Christopher Lee, esfaqueado durante uma missa na igreja de São José, em Bukit Timah, no último sábado (9). Em sua mensagem, o cardeal enfatizou a importância de não deixar que o medo paralise a missão da Igreja e lamentou o impacto do ataque na comunidade.
"O incidente não apenas feriu gravemente um sacerdote em um local de culto, mas também semeou o medo na comunidade", declarou o cardeal Goh. O padre Lee, pároco da igreja e com 57 anos de idade, foi atacado enquanto distribuía a comunhão. Ele foi socorrido e levado ao Hospital Universitário Nacional de Singapura, onde está em estado estável e em recuperação, de acordo com o arcebispo, que o visitou no hospital.
O agressor, um homem de 37 anos com histórico de violência e delitos relacionados a drogas, foi detido pelos fiéis presentes e encontra-se sob custódia policial. As autoridades afirmam que o ataque não parece ter relação com terrorismo.
Em sua carta pastoral, o cardeal Goh refletiu sobre a segurança nas igrejas, especialmente durante as celebrações. Para tranquilizar os fiéis, o arcebispo lembrou que a arquidiocese implementou, em 2016, o Conselho de Operações de Resposta a Emergências, um órgão em contato direto com a polícia para reforçar a segurança nas paróquias. Contudo, o cardeal destacou que "as igrejas são espaços públicos" e alertou para os riscos de um excesso de segurança. "Incrementar demais a segurança pode afastar os fiéis e dificultar a proximidade pastoral dos nossos sacerdotes, que cumprem sua missão com coragem", afirmou.
O cardeal também instigou os fiéis a "cuidarem uns dos outros" e manterem atenção em comportamentos suspeitos, relatando-os aos responsáveis pela segurança. Ele refletiu ainda sobre a questão: "Por que Deus permitiu que isso acontecesse?". Em uma mensagem de esperança, o arcebispo recordou que "Deus veio compartilhar nossas dores" e que “Ele redime não pela força, mas pela humildade, perdão e compaixão”.
Para o cardeal, a violência crescente e o afastamento dos valores morais indicam que a sociedade está cada vez mais perdida. "Há muitas pessoas perturbadas, confusas e feridas no mundo", disse ele, acrescentando que, ao final, o mal não prevalecerá. “Vemos isso nos exemplos dos mártires da Igreja”.
A Conferência Episcopal de Malásia, Singapura e Brunei também manifestou solidariedade e prometeu orações pelo padre Christopher Lee. Em comunicado, o arcebispo de Kuala Lumpur e presidente da Conferência, Julian Leow Beng Kim, pediu que os fiéis mantenham a compaixão e a solidariedade, reafirmando o compromisso da Igreja em promover a paz, o amor e a compreensão.
"Momentos como esse nos recordam de nossa missão cristã de responder com paz, compaixão e perdão", destacaram os bispos.