"O primeiro mandato de Donald Trump como presidente inaugurou políticas e ações marcadas por intolerância, xenofobia e retórica de supremacia branca, levando a extensas violações de direitos humanos", afirma Paul O’Brien, diretor executivo da Anistia Internacional EUA, citado em um comunicado divulgado na quarta-feira, 6 de novembro. "Este segundo mandato precisa ser diferente, e a Anistia Internacional continuará a lutar para que os direitos humanos de todos sejam respeitados", assegura o responsável.
Fazendo um último apelo a Joe Biden, que agora conclui seu mandato, a AI pede que ele tome "medidas urgentes em direitos humanos" nas últimas semanas em que ainda permanece na Casa Branca. Entre essas medidas estão "parar imediatamente todas as transferências de armas para o governo de Israel" e "garantir que as armas dos EUA não estejam sendo usadas em violação do direito internacional". "O presidente Biden e o atual Congresso devem fazer tudo o que estiver ao seu alcance para obter um cessar-fogo imediato e permanente, acesso humanitário irrestrito e o retorno seguro de todos os reféns restantes", defende a AI.
A organização também solicita que seja criada uma comissão para examinar as reparações pela escravidão, revogada a proibição de asilo e o fechamento das fronteiras, concedida a libertação ao ativista indígena Leonard Peltier, comutadas as sentenças de todas as pessoas no corredor da morte, e encerrado o centro de detenção de Guantánamo.
Em relação ao segundo mandato de Trump, O’Brien deixa o aviso: "Por mais de seis décadas, nunca recuamos, e não recuaremos agora. Como a mais antiga e maior organização de direitos humanos de base do mundo, continuaremos a trabalhar para descobrir a verdade, agir e transformar o desespero em esperança. O mundo está observando, e a Anistia responsabilizará o presidente eleito Trump e o governo dos EUA por suas obrigações."