Missionário da Consolata relembra transformações após visita do papa na Igreja da Coreia do Sul

Padre Diego Cazzolato, imc, missionário há mais de 30 anos na Coreia do Sul, relembra momentos da VI Jornada da Juventude Asiática em que Papa Francisco esteve presente.

Por Redação A12

Diante dos 10 anos da visita do Papa Francisco à Coreia do Sul, por ocasião da VI Jornada da Juventude Asiática, que foi realizada de 13 a 18 de agosto de 2014, o país busca redescobrir o impulso que o Pontífice imprimiu na população.

Padre Diego Cazzolato, missionário da Consolata há mais de 30 anos no país asiático, em entrevista ao Vatican News, conta que houve um aumento considerável de conversões, pois vários ficaram muito tocados e decidiram se tornar católicos diante da visita do Santo Padre coincidir com uma tragédia no país. “Com sua chegada, o Papa conseguiu restaurar a paz e a esperança de todas as pessoas. Foi uma visita providencial. Ele conseguiu dar um certo consolo ao país e todos ainda reconhecem isso”, enfatiza.

Porém, diferentemente daquela época, Pe. Cazzolato não viu avanço na reconciliação das Coreias nos dias atuais: “Naquela época, havia muita esperança de reconciliação entre as duas Coreias. O presidente católico que assumiu o poder naquela época fez tudo o que podia para abrir caminhos para o diálogo e oferecer oportunidades de união. Há alguns anos, infelizmente, esse trabalho de consertar as barreiras foi completamente destruído, especialmente pela atitude daqueles que governam a Coreia do Norte, mas também pelo governo atual, que reafirma a oposição à Coreia do Norte em vez da busca pela paz. Neste momento, eu diria que as relações estão em seu ponto mais baixo na história dos últimos 50 anos”.

Com a proximidade da Jornada Mundial da Juventude em Seul, anunciada em 2023 em Lisboa, o questionamento é: o que aconteceu com aqueles jovens que há dez anos se encontraram com o líder da Igreja Católica universal na Coreia?

Os jovens, em geral, buscam a verdade fora das igrejas, das paróquias, dos templos budistas. Na Coreia, não é diferente. O padre expressa o estado de profunda preocupação que eles têm com seu futuro, com um emprego que não é mais tão seguro.

Apesar dos altos níveis de progresso tecnológico que o país alcançou internacionalmente, as novas gerações lutam para encontrar emprego, sentem-se bastante abandonadas pelos adultos e precisam urgentemente de guias capazes para apoiá-las. E devo dizer que nós, como cristãos, nem sempre somos capazes de suprir essa necessidade.

A esperança está depositada nos preparativos para 2027 e para a qual, diz o padre, muitas iniciativas estão sendo planejadas. “O 'mood' entre os jovens é de grande desânimo. Esperamos restabelecer as relações com aqueles que se perderam nos últimos anos. Precisamos de uma proposta boa e séria”.

Fonte: Vatican News

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