Cardeal Marengo fala da Igreja na Mongólia

Dom Giorgio conhece cada um dos 1,5 mil fiéis que frequentam suas nove paróquias.

Por José Ferreira Filho

Quando o Cardeal italiano Giorgio Marengo, IMC, chegou à Mongólia como jovem missionário, logo após a sua ordenação sacerdotal em 2001, quase não havia católicos no país.

Pouco mais de 20 anos depois, o Prelado de 50 anos – e que se tornou o mais jovem cardeal do mundo em 2022 – conhece cada um dos 1,5 mil fiéis que frequentam as suas nove paróquias. Os mongóis também estão conhecendo os católicos, por meio das suas boas obras.

O Cristianismo tem uma história secular no antigo reduto budista tibetano, mas quando o comunismo ruiu no início da década de 1990, havia menos de uma dúzia de católicos não mongóis na Mongólia.

Hoje, pouco mais da metade da população dos seus 3,4 milhões de habitantes é budista, 40% declaram-se não religiosos, e do pequeno contingente cristão, menos de 1% é católico.

Nesta igreja nascente com apenas 30 anos de história oficial, o Cardeal Marengo diz que o apostolado consiste em fazer amizades genuínas a serviço do bem comum. Ele está fechando parcerias com autoridades civis e outros líderes religiosos para combater a pobreza generalizada, a qual atinge 27% da população da nação asiática.

Ele afirma que o Cristianismo ainda é pouco conhecido na Mongólia, porém aqueles que conhecem a Igreja consideram-na um grande bem porque a fé desta primeira geração de católicos está se tornando conhecida por suas boas obras.

“É uma minoria muito pequena, mas tem uma boa reputação em termos de envolvimento nos muitos projetos de desenvolvimento social que dirige”, afirma o Cardeal Marengo.

O Purpurado frisa que a maior parte das atividades da Igreja é direcionada à prestação de educação, saúde e outros serviços essenciais. Lembra também que a primeira visita de um papa ao país, realizada por Francisco em setembro passado, foi “um milagre”.

“Vejo a Igreja Católica na Mongólia como pequenas sementes nas estepes do país. O diálogo inter-religioso é uma parte essencial do trabalho, pois, como uma pequena minoria, é a única forma de estarmos presentes ali e, assim, compartilhar os valores do Evangelho e promover a compreensão das tradições religiosas como protagonistas na construção de uma sociedade melhor”, afirma o Cardeal.

“Considero isso surpreendente e muito importante na Mongólia, uma vez que temos uma experiência de ateísmo estatal imposto durante o regime comunista, que gerou desconfiança na população em relação às tradições religiosas.”

José Ferreira Filho, sacerdote. Jornal O São Paulo.
Fonte: Catholic Weekly

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