Dia Mundial do Refugiado 2024**

Mais de 117 milhões de pessoas estão fugindo da guerra, da perseguição e da violência em todo o mundo, pelo menos 1 em cada 73.

Por Jaime C. Patias *
Foto: Wikimedia Commons

20 de junho é o Dia Mundial do Refugiado, estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 4 de dezembro de 2000 para marcar o 50º aniversário da Convenção de Genebra relativa ao Estatuto dos Refugiados, adotada em 28 de julho de 1951, no ano seguinte.

A iniciativa tem como objetivo aumentar a conscientização pública sobre a situação de milhões de refugiados e requerentes de asilo que são forçados a deixar suas famílias, terras e posses e fugir para sobreviver, ameaçados por guerras e violência étnica e religiosa.

Para nós, missionários da Consolata, é uma importante oportunidade para visibilizar alguns aspectos do nosso carisma, em particular a consolação, a acolhida e o acompanhamento daquelas pessoas que chegam ao território de nossas missões e optam por construir seu futuro conosco. É também uma oportunidade de valorizar a rede de muitos atores da comunidade e do território que colaboram conosco nos projetos de inclusão de refugiados e que trabalham todos os dias para tornar nossas cidades mais acolhedoras e inclusivas.

Começa a campanha de solidariedade #withrefugees. ACNUR, Agência da ONU para Refugiados: juntos encontramos soluções e removemos obstáculos à inclusão

Refugiados e requerentes de asilo no mundo

De acordo com o ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), até o final de 2023, 117 milhões de pessoas foram forçadas a fugir de suas casas, buscando refúgio dentro ou fora de suas fronteiras nacionais. Diante de emergências que rapidamente se tornam catástrofes humanitárias, os sistemas de proteção parecem cada vez mais frágeis e incertos.

Esse número continua a aumentar, especialmente após a perpetuação da guerra na Ucrânia e a eclosão do conflito no Sudão, que causou novos êxodos de refugiados.

No final de 2023, os migrantes forçados em todo o mundo eram:

43,4 milhões de refugiados: 30,5 milhões são refugiados sob o mandato do ACNUR; 5,9 milhões são refugiados palestinos sob o mandato da UNRWA.

68,3 milhões (58%) são pessoas deslocadas internamente.

9,7 milhões são solicitantes de asilo.

Os números confirmam que são sempre os países de renda média e baixa que hospedam a maioria das pessoas que fogem. Os 46 países menos desenvolvidos (que representam menos de 1,3% do produto interno bruto global) abrigam mais de 20% de todos os refugiados.

O Relatório do ACNUR de 2023 mostra que:

73% das pessoas que fogem para o exterior vêm de: Síria (6,4 milhões), Afeganistão (6,4 milhões), Venezuela (6,1 milhões), Ucrânia (6 milhões).

Embora o foco seja frequentemente nas dificuldades da Europa em lidar com os refugiados, a maioria dos refugiados do mundo vive em outros lugares. A República Islâmica do Irã é o país que abriga o maior número de refugiados no mundo (3,8 milhões), seguido pela Turquia (3,3 milhões), Colômbia (2,9 milhões), Alemanha (2,6 milhões) e Paquistão (2 milhões).

A maioria da população de refugiados (69%) vive em países vizinhos aos seus países de origem. 75% dos refugiados do mundo estão hospedados em países de baixa e média renda. 69% dos refugiados vivem em um país vizinho àquele do qual fugiram. Em geral, esses são países em desenvolvimento. Cerca de 30% dos migrantes forçados são menores de idade.

Como podemos ver, os migrantes forçados são uma população enorme, que aumenta constantemente ano após ano.

Os Refugiados e a Consolata

Um refugiado é uma pessoa que fugiu de seu país por estar correndo perigo. Ela foi para outro país que concordou em protegê-la.

O XIV Capítulo Geral (2023), em suas disposições sobre a nossa “missão ad gentes”, conclamou “todos os missionários a se engajarem no serviço compassivo da Consolação aos povos necessitados, tais como refugiados e migrantes, nômades e povos indígenas, etc., por meio de processos generativos de acolhimento, cuidado pastoral e promoção da dignidade” (XIV CG 77).

Esse compromisso deve ser ainda mais forte e significativo quando percebemos que o Dia Mundial do Refugiado coincide com a Festa de nossa Padroeira, Maria Consolada, celebrada em 20 de junho, que também experimentou a vida de refugiada no Egito com José para salvar a vida do Menino Jesus.

Neste mundo multicultural de crescente mobilidade humana, a missão de acolher, acompanhar e consolar contribui para a solidariedade. Os refugiados nos lembram de que não pode haver inclusão sem uma comunidade acolhedora e solidária, na qual todos possam se sentir em casa para fazer uso de seus recursos e potencial.

Neste dia de festa, confiemos à Madre Consolata a realidade de nosso tempo, feita de sombras e luzes, e peçamos a Ela que nos ajude a olhar o mundo com seus olhos cheios de compaixão, solidariedade e consolação para descobrir a beleza de cada povo, de cada cultura e de cada pessoa, especialmente dos refugiados.

* Padre Jaime C. Patias, Communication Geral IMC.

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