Sinodalidade é uma tarefa para todos, comenta Dom Pedro Cipollini

Participando da 59ª Assembleia Geral da CNBB, Dom Pedro Cipollini, concedeu entrevista sobre a Sinodalidade

Por Huana Cruz

O Papa Francisco propôs para a Igreja um Sínodo sobre Sinodalidade. A palavra “sínodo” vem do grego “syn”, que significa “juntos”, e “hodos”, que significa “estrada ou caminho”. No latim, sinodus significa “reunião” ou “assembleia”. Sínodo é, pois, uma assembleia que tem por objetivo definir caminhos comuns.

Segundo o bispo de Santo André (SP) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Pedro Cipollini, a sinodalidade é um modo de vivenciar o ser igreja com aquilo que ela tem de mais essencial: comunhão e participação. A igreja é o mistério que brota da Trindade. Essa comunhão trinitária vivida na Igreja caminha no tempo e na história.

“Sinodalidade é uma Igreja que caminha na história onde todos possam ouvir um ao outro e juntos ouvir o Espírito Santo que junto vai indicando os caminhos que devemos caminhar juntos, isto é sinodalidade”, ressalta o bispo.

“Por uma Igreja Sinodal – Sinodalidade uma tarefa para todos”

Com a intenção de suscitar o debate em torno da sinodalidade na Igreja, Dom Pedro, lançou o livro “Por uma Igreja Sinodal – Sinodalidade uma tarefa para todos”. Publicada pela Paulus Editora, a obra nasceu de várias palestras que ele deu no estado de São Paulo para o clero.

“Essa sinodalidade é um dom de Deus, mas ela é uma construção nossa também. Inclusive esse livro tem o prefácio do Cardeal Cláudio Hummes que fez uma apresentação e ele versa sobre a fundamentação teológica da sinodalidade e também os passos que nós devemos dar para implantar a sinodalidade na Igreja de hoje. Então aqui eu abordo tarefas e desafios para que tenhamos a sinodalidade, resgatar a Trindade como comunhão de amor, viver a koinonia (palavra grega que significa comunhão), sem cair no democratismo”, afirma.

O bispo explica que a sinodalidade é a Igreja na comunhão e união de todos, a vivência mais intensa da Igreja particular, valorizando as dioceses e incentivando o protagonismo dos leigos. “Que os leigos possam atuar mais a partir do seu Batismo, dar espaço para o profetismo intereclesial superar o clericalismo que faz muito mal à Igreja”.

Reflexão do tema central

A sinodalidade esteve presente no tema central dessa 59ª Assembleia Geral da CNBB: “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”. O bispo afirma que essa Igreja Sinodal tem como objetivo evangelizar, ser missionária, levar o Evangelho e quanto mais ela for uma Igreja Sinodal mais ela terá força para ser missionária.

“A Igreja vai ser missionária com testemunho de comunhão, da vivência de todos, porque o Evangelho nos chama a viver o amor, o amor que é comunhão e se nós não vivemos a evangelização fica falha, porque não conta com o testemunho daqueles que evangelizam”, ressalta o bispo.

Dom Pedro acredita que o trinômio da comunhão, participação e missão é perfeito para designar o que se deseja com a sinodalidade. Essa proposta do Papa teve a etapa diocesana que recolheu, ouviu e recolheu sugestões, a impressão de todos. “Depois, uma etapa nacional do Brasil como um todo e que agora estamos com uma etapa continental e o ano que vem em outubro será a finalização em Roma dos representantes que desta vez não serão só bispos, padres, mas terão leigos também participando. É todo um processo que vai realmente trazer um novo pentecoste para Igreja e já está trazendo”.

Perspectivas para a etapa 2023

“Para a etapa de 2023, as perspectivas são boas. Eu tenho muita esperança que será um momento sublime no qual o Espírito Santo vai, através do discernimento de todos, inspirar o caminho missionário da Igreja para que o Evangelho chegue a todos”, conclui Dom Pedro.

* Huana Cruz, Enviada Aparecida (SP)

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