O jovem sacerdote missionário padre Adeilson partilha um pequeno testemunho do seu trabalho numa comunidade em Roraima.
Por Assessoria de Imprensa
Padre Adeilson Rodrigues dos Santos, da diocese de Jundiaí (SP), enviado em missão pelo Projeto Missionário dos Regionais Sul 1 e Norte 1 da CNBB, conta-nos a sua experiência nos primeiros meses em Roraima (RR). “Sei que não estou só, a Igreja me orienta. ‘Requer-se dobrado e mais organizado esforço e presença profética, valorizando as culturas locais e estimulando uma evangelização inculturada’ (DGAE, 121).
Eis-me aqui! A missão é de Deus.
Queridos amigos, irmãos e irmãs em Cristo Jesus,
Paz e Bem!
A um mês deixei pai, mãe, irmãos e amigos para me aventurar mais uma vez no chamado. Fui convidado a viver uma missão, anunciar Jesus Cristo, aquele que veio “para proclamar a Boa Nova aos pobres” (Lc 4,18), e seguir como discípulo missionário até os confins da terra; no meu caso estado de Roraima, em especial as cidades de Caroebe, São João da Baliza e São Luiz do Anauá, para anunciar Jesus Cristo nossa esperança e Salvação.
“Ouvi, então, a voz do Senhor que dizia: “A quem enviarei? Quem irá para nós? ”, respondi: “Aqui estou! Envia–me” (Is 6,8). Sei que o trabalho é árduo, requer muita paciência e acima de tudo desprendimento de minha própria vida, costumes, tradições recebidas de minha família e de minha diocese, para aprender o costume local e sua cultura.
Está preparado, para entender o próximo, pois o diferente sou eu. A igreja é sabia e nos orienta: “ o Deus da vida é a razão de ser de todas as coisas criadas. A criação do ser humano à semelhança de Deus e a encarnação do amor redentor de Jesus Cristo até a cruz fundamenta nosso compromisso com a realidade do mundo e com o sofrimento dos pobres e dos outros” (DAp. 491).
Meu coração é movido de esperança, cheguei a minha “nova casa”, percebo uma casa (Igreja) carente, apesar dos esforços empreendidos ao longo de três anos dos nossos padres José Roberto e Norberto, para conquistar uma autonomia; tanto dos seus agentes de pastorais, quanto a promoção humana; há ainda muito trabalho a realizar, ou melhor, continuar.
Nesta região, a ação pastoral é cara e a maioria do povo que participa é pobre. As distâncias são longas, a população se concentra na cidade e nos vicinais (sítios), nem todos tem meio de transportes. A falta de recursos impede aos nossos agentes de pastoral de participar de cursos, formações, atualizações e de encontros a nível paroquial e diocesano.
Não poso ficar preso às dificuldades que irão aparecer. As primeiras comunidades testemunhavam o amor de Cristo, sendo solidários com os mais carentes. E Deus é generoso, agradeço a generosidade que ele tem demonstrado através de alguns irmãos; recentemente pedi ajuda e fui atendido, sei que o mediador foi o padre Antônio Carlos dos Santos, mas os corações de alguns padres e irmãos (as) de nossa diocese contribuíram para que as nossas comunidades tenham seus círios pascais e livretos da Campanha da Fraternidade, a vocês meu muito obrigado. A missão não é minha é de Deus.
Agradeço a Diocese de Jundiaí e ao Regional Sul I da CNBB por ter enviado: O Diácono Paulo e sua esposa Vera, nossos seminaristas João Renan e Salathiel, que tem demonstrado grande interesse e amor para com essa porção do povo de Deus. É expressão de solidariedade e comunhão para com as comunidades eclesiais da Amazônia que enfrentam imensos desafios na evangelização. Para que a solidariedade seja fecunda, é preciso viver a experiência do encontro: “Vinde e vede” (Jo 1, 38-39).
Sei que não estou só, a Igreja me orienta e dá suporte. “Requer-se dobrado e mais organizado esforço e presença profética, valorizando as culturas locais e estimulando uma evangelização inculturada” (DGAE, 121). “O povo de Deus se constrói como comunhão de igrejas particulares e através delas como intercâmbio entre as culturas…essas várias formas de comunhão estimulam com vigor as relações de irmandade entre as dioceses e as paroquias e fomentam maior cooperação entre as Igrejas Irmãs”. (DAp. 182).
Continuem a rezar por nossa missão, para que todos os batizados tornem-se discípulos missionários de Jesus Cristo (DAp. 144,278), e os que o não o conhecem o acolham e cheguem ao conhecimento da verdade (Cf. 1Tm 2,4). Somos uma Igreja “em estado de missão”.
Pe. Adeilson Rodrigues dos Santos, missionário diocesano de Jundiaí, SP.