Para que, nas paróquias, os sacerdotes e os leigos colaborem no serviço à comunidade sem ceder à tentação do desânimo.
de Joseph Kihiko*
A Igreja Católica tem uma estrutura hierarquizada porque foi criada para “apascentar o povo de Deus em seu nome, e para isso lhe deu autoridade” (CCIC, n. 179). A Igreja é formada por leigos e pelo clero, ou seja, constituída por ministros sagrados que receberam o sacramento da Ordem e os membros leigos.
Mas, mesmo com essa estrutura hierarquizada, todos os membros da Igreja têm a sua missão particular. Do mistério da Igreja provém o chamamento, dirigido a todos os membros do Corpo Místico, a participar ativamente da missão e da edificação do Povo de Deus, numa comunhão orgânica, segundo os diversos ministérios e carismas.
Na primeira carta aos Coríntios São Paulo diz que, “há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos (1Co 12:5, 6). São Paulo afirma que há vários cargos na Igreja que incluem bispos, pastor, diáconos e também leigos. As qualificações para tais cargos, bem como os próprios compromissos, vêm imediatamente a partir do único Senhor Jesus Cristo. E, como tal, deve existir uma boa colaboração no exercício destes ministérios.
Uma boa colaboração dos fiéis não-ordenados no ministério pastoral do clero desenvolvido de maneira positiva pode gerar abundantes frutos de bem se for exercido com respeito dos limites estabelecidos pela natureza dos sacramentos e exercido em consideração da diversidade dos carismas e das funções eclesiais.
Testemunho dos leigos
No decreto Apostolicam Actuositatem n. 6, os fiéis leigos têm inúmeras ocasiões de se tornarem ativos, com o testemunho coerente da vida pessoal, familiar e social, com o anúncio e a partilha do Evangelho de Cristo em todos os ambientes e com o compromisso de explicar, defender e aplicar retamente os princípios cristãos aos problemas atuais.
O cardeal Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, afirmou em 2010 que, a colaboração entre sacerdotes e leigos pressupõe que os presbíteros reconheçam a identidade própria dos fiéis leigos e os valorizem efetivamente em sua missão na Igreja e no mundo, evitando assumir, por um lado, atitudes paternalistas ou autoritárias no governo das comunidades e paróquias.
Os leigos também têm de conhecer e respeitar as tarefas que são exclusivas dos membros dos sacerdotes como, por exemplo, a celebração da Missa e dos sacramentos.
Portanto, o Santo Padre chama por uma colaboração saudável entre sacerdotes, religiosos e fiéis leigos, à participação ativa na liturgia, no anúncio da Palavra de Deus e na catequese, sem ceder à tentação do desânimo.