ACNUR
Com o conflito na Síria completando quatro anos este mês, a história de quatro irmãos refugiados no Brasil chama atenção por ser, ao mesmo tempo, tão comum quanto extraordinária. Como muitas, foi marcada pelo medo, pela separação e pela saudade. Como poucas, porém, terminou com um reencontro e um final feliz.
A guerra separou Armin (24 anos), Abd Alrahman (22), Ebraheem (20) e Youness (5) por cerca de três anos. No final de 2012, quando o conflito já afetava gravemente a população civil, Armin e Ebraheem decidiram atravessar a fronteira em busca de melhores condições de vida no Líbano. Eles fugiam do destino reservado aos rapazes de sua idade: a guerra nas fileiras do Exército. Abd Alrahman, por sua vez, já havia sido incorporado às forças armadas, o que motivou a permanência de seus pais, Adeeb e Hanaa, além do pequeno Youness.
Em Beirute, os dois irmãos que haviam conseguido escapar enfrentaram novas dificuldades e, após um ano, decidiram procurar embaixadas de diversos países para pedir proteção. Receberam resposta negativa em todas. Então, um amigo lhes recomendou procurar a embaixada do Brasil. Por meio de uma Resolução Normativa (#17), o país passou a desburocratizar a emissão de vistos para cidadãos sírios e de outras nacionalidades afetadas pelo conflito que estivessem dispostos a solicitar o refúgio. E assim os dois irmãos conseguiram sair do Oriente Médio.
Armin e Ebraheem chegaram a São Paulo em dezembro de 2013 e, logo em seguida, mudaram-se para Brasília. Com o apoio da comunidade árabe local, começaram a procurar emprego e a planejar a vinda do resto da família.
Ebraheem recebeu uma oportunidade para trabalhar como garçom, mas Armin, que tinha anos de experiência em hotelaria, não foi tão feliz e decidiu se mudar para o Rio de Janeiro. Na Cidade Maravilhosa, sua sorte começou a mudar. Ele procurou a Caritas RJ, instituição parceira do Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), e por meio dela conheceu o padre Alex, da Paróquia de São João Batista, que lhe ofereceu um trabalho de vendedor na livraria da igreja.
Fonte: www.acnur.org.br