Salvatore Cernuzio
Não existe um "professor Jesus": o Filho de Deus não é um professor, um místico, um intelectual que fala da cátedra. Jesus é um homem que está no meio das pessoas e deixa-se tocar, que quer curar e que, neste momento, está perante o Pai e rezar por mim e por você.
Quantos exemplos o Papa Francisco precisa dar para fazer entender que o Senhor está próximo a nós? Toda a homilia na missa desta manhã de terça-feira, em Santa Marta, foi sobre esta mensagem. O Santo Padre partiu do comentário sobre o Evangelho do dia para refletir sobre três aspectos da vida de Cristo que mostram sua proximidade a nós.
O primeiro é a oração. Jesus "é o grande intercessor", diz o Papa. Ele passa a "noite toda em oração a Deus", "reza por nós". E "parece um pouco 'estranho' que, Ele que veio para nos dar a salvação, que tem o poder, reza ao Pai".
Ainda assim, observa o Papa, é "a sua missão hoje", "Ele está diante do Pai neste momento, rezando por nós, rezando pela Igreja". Desde o primeiro momento, Jesus reza: "rezou quando estava na terra e continua a rezar agora por cada um de nós, por toda a Igreja".
É algo que deve nos dar coragem: "isto deve nos encorajar! Porque nos momentos difíceis, de necessidade e de tantas coisas, devemos pensar: ‘Mas Tu estás rezando por mim. Reza por mim junto ao Pai!". É extremamente reconfortante, destaca o Santo Padre. Mesmo assim, muitas vezes, esquecemos que esta é "a nossa força". Dizer ao Pai: "Mas se Tu, Pai, não nos olha, olha teu Filho que reza por nós".
Além da oração, Jesus escolhe. Ele escolheu os 12 apóstolos, recorda o Papa, ele escolhe seus seguidores e diz claramente: "Não foram vocês que me escolheram. Fui eu que escolhi vocês". Isso também deve nos encorajar, diz Bergoglio: ter consciência, ou seja, "eu fui escolhido, fui escolhida pelo Senhor! No dia do Batismo, Ele me escolheu". E como dizia Paulo: ‘Ele escolheu a mim, desde o seio de minha mãe'.
Tudo isso "são coisas do amor!", comenta o Papa. O amor "não olha se alguém tem o rosto belo ou feio: ama!". Jesus faz o mesmo: "ama e escolhe com amor". Na lista de Cristo não tem ninguém ‘vip'. "Ele escolhe todos! Não tem ninguém importante - entre aspas- segundo os critérios do mundo: são pessoas comuns".
Pessoas comuns, mas com um único denominador: "são pecadores". Jesus escolheu os pecadores, enfatiza Francisco. Esta é a acusação que os doutores da lei e os escribas fazem: ‘Ele come com os pecadores, fala com as prostitutas...'.
Jesus chama todos! Como na parábola das núpcias do filho, quando os convidados não aparecem, o dono da casa diz aos seus servos: ‘Ide e trazei todos à casa! Bons e maus'. Da mesma maneira "Jesus escolheu todos" e escolheu também Judas Iscariotes, "que se tornou o traidor ... O maior pecador. Mas foi escolhido por Jesus".
Por fim, o terceiro momento: "Jesus próximo do povo". Em muitos vão até Ele "para ouvi-lo e serem curados de suas doenças. Toda a multidão procurava tocá-lo". "Dele saia uma força que curava todos". Mas a coisa mais bonita é a atitude de Cristo neste contexto: Ele não se coloca como "um professor, um mestre, um místico que se afasta do povo e fala da cátedra. Não! Está no meio do povo; se deixa tocar; deixa que as pessoas perguntem".
Essa proximidade "não é uma coisa nova para Ele", explica o Papa. Jesus "sublinha em seu modo de agir, mas é algo que vem desde a primeira escolha de Deus para o seu povo". Deus diz ao seu povo: "Pensem, qual povo tem um Deus tão próximo como Eu estou próximo de vocês?".
A proximidade de Deus ao seu povo é a "proximidade de Jesus às pessoas". "E isso nos dá confiança Nele, nosso Mestre e Senhor que - insiste o Papa - é alguém que reza, alguém que escolhe as pessoas e alguém que não tem vergonha de estar próximo do povo". E conclui: "Confiemos n'Ele porque reza, porque nos escolheu e porque está próximo de nós".
Fonte: www.zenit.org