Bispos italianos: não podemos continuar calados, sabendo como os cristãos estão sendo perseguidos

Conferências dos bispos italianos

A Conferência Episcopal Italiana convoca para um dia de oração pelos cristãos do Iraque e da Nigéria onde estão passando por um "autêntico Calvário; por causa da fé que professam são objeto de contínuos ataques terroristas". A visita do Papa à Coreia e a outros países Asiáticos "sacodem esta nossa Europa, distraída e indiferente, cega e muda.

A Europa está "distraída e indiferente, cega e muda perante as perseguições que hoje vitimam milhares de cristãos. Quem é batizado, em vários países, sobretudo Iraque e Nigéria estão num Calvário de sofrimento por causa da fé que professam e são perseguidos por grupos de terroristas. Perante uma tal situação que faz desmoronar os fundamentos da civilização, da dignidade humana e dos próprios direitos, não podemos ficar calados. O Ocidente não pode ignorar essa situação tão visível e desastrosa", afirma o presidente da Conferência Episcopal Italiana num comunicado que conclama os cristãos para um dia de oração pelos perseguidos. Vai ser realizada no dia 15 de agosto (festa de Nossa Senhora na Itália).

Nesse texto, os bispos fazem menção à visita do papa Francisco á Coreia do Sul: "para nossas comunidades é um momento preciso para conhecer melhor a vida daquela igreja: uma igreja jovem, cujo percurso histórico passou por uma grave perseguição que durou quase um século, com cerca de 10 mil fiéis martirizados: 103 deles já foram canonizados em 1984, por ocasião do segundo centenário das origens da comunidade católica do país".

À luz deste cenário, escrevem os bispos: "a força significativa desse evento aparece clara na convocação do acontecimento: Jovens da Ásia! Acordai! A glória dos mártires se projeta luminosa sobre vocês: "se morremos com Cristo, acreditamos que com ele viveremos" (Rm 6,8). Estas são palavras que gostaríamos de ver sacudir também a Europa, distraída e indiferente, cega e muda perante as perseguições e mortes de milhares de cristãos".

Se a falta de liberdade religiosa -"fundamento" das outras liberdades humanas - empobrece grandes espaços do mundo de hoje, continua o texto, "um autêntico calvário reúne cristãos sobretudo no Iraque e na Nigéria, onde são atacados por causa da fé que professam , são expulsos de suas terras por grupos terroristas, são submetidos a contínuas ameaças, violentados , humilhados e confinados em exílios. Suas igrejas são profanadas: antigas relíquias, imagens de Maria e de Santos são destruídas por ideologia integralista que de religião nada têm. Nestes lugares, a presença dos cristãos - a sua história milenar, a variedade das tradições e a riqueza de sua cultura - está em perigo: corre o risco de extinção exatamente naqueles lugares onde nasceu a partir da Terra Santa".

"Perante tão grande ataque aos fundamentos da civilização, da dignidade humana e dos direitos "não se pode ficar calado. O está fingindo que não vê isso, refugiando-se numa ilusão de que nada tem a ver com essa tragédia humanitária que destrói valores humanos tão importantes para um precioso modelo de desenvolvimento humano e que está na base de sua cultura. Não é possível que sejam agora os cristãos desses lugares a pagar o preço dos bens de que usufruímos. Queremos que a preocupação com o futuro de tantos irmãos e irmãs se torne um compromisso de compreensão do drama que estão vivendo, denunciado especificamente pelo Papa".

Movidos por este espírito "convidamos todas as nossas comunidades para que se unam em oração no contexto da solenidade de Nossa Senhora da Assunção como sinal concreto de fraternidade para com todos os que estão passando por repressão. Pela intercessão da Nossa Senhora, que o exemplo desses cristãos ajude também a superar a aridez espiritual dos dias de hoje, a redescobrir a alegria do evangelho e a ter coragem para testemunharmos a fé".

 

Fonte: Asia News

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