Maria Regina Canhos *
A vida nos traz desafios constantes para os quais precisamos estar preparados. Talvez nossa maior aliada, ao lado da fé, seja a autoestima. Apreciação de si mesmo, não no sentido egoísta, mas amoroso do termo. Estimar a si mesmo é ter respeito pela pessoa que se é. Prezar o templo no qual o Senhor Deus decidiu colocar seu sopro vital. Ter consideração e carinho pela pessoa que nos tornamos com o passar dos anos, reconhecendo nossos defeitos e qualidades, procurando nos aprimorar a cada dia.
Muitos não dão o devido valor a si mesmos. Possuem histórias familiares complexas, em que foram depreciados, humilhados, menosprezados... Necessitam, muitas vezes, de auxílio para conseguirem enxergar quão valorosos são. Esse auxílio pode ser encontrado na psicoterapia, no aconselhamento psicológico, no tratamento com profissional habilitado para trabalhar com as dificuldades emocionais. É um investimento que vale a pena quando descobrimos quão preciosos somos; quanto um olhar incondicional e amoroso pode nos auxiliar.
Com quarenta e sete anos percebo que a vida poderia ter me soterrado não fosse a minha autoestima. Ela não nasceu comigo, mas foi desenvolvida ao longo dos anos e com o auxílio de pessoas mais experientes e profissionais da área psicológica. Faz toda diferença nos momentos difíceis. É preciso autoestima para não esfacelar, esmorecer ou sucumbir. Para fazer escolhas sensatas, agir com moderação, manter a calma diante de provocações e calúnias. É preciso autoestima para erguer a cabeça e continuar lutando diante de uma situação adversa, assim como sobreviver à culpa ou lidar com a revolta e a mágoa.
Enfim, são necessárias muita coragem e autoestima para tomar decisões sérias, em que outras pessoas estão envolvidas e podem igualmente sofrer e se traumatizar. Nem sempre temos condições de nos sacrificar por um ideal que não é compartilhado. O desgaste, a acomodação e a falta de interesse interferem demasiado em muitos de nossos sonhos e planos. Sacrifício unilateral conduz ao esgotamento e pode levar à morte. A autoestima faz toda diferença nesses momentos de crise e pode ser desenvolvida através de um processo psicoterapêutico. Não permita que lhe tirem aos poucos toda a alegria de viver. Enfrente. Lute. Mostre a todos que é possível vencer Golias com uma funda na mão quando se está alicerçado em Deus e com a consciência tranquila. Resgate sua autoestima e deixe de sofrer.
* Maria Regina Canhos (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora.
Fonte: www.mariaregina.com,br