Bodas de diamante de ordenação sacerdotal do primeiro bispo e arcebispo de Campo Grande

Ubajara Paz de Figueiredo *

1. Duas datas significativas na vida e ministério de Dom Antonio Barbosa, primeiro bispo e primeiro arcebispo de Campo Grande marcam o ano de 2011. No dia 10 de maio foi o centenário de seu nascimento que a Arquidiocese solenemente celebrou na Catedral metropolitana Nossa Senhora da Abadia com a presença da maioria dos bispos de Mato Grosso do Sul. E exatamente hoje, 6 de dezembro, ele completaria as bodas de diamante de ordenação sacerdotal ocorrida em 1936.

2. É honra e dever da Arquidiocese de Campo Grande ter presente, celebrar e divulgar datas como estas da vida de quem, por obra do Espírito Santo, foi constituído no ministério apostólico para ser seu primeiro pastor. É seu grandioso dever agradecer a Deus a dádiva que ele significou na vastíssima diocese (149.000 km²) marcando sua presença de pastor ao visitar todas as paróquias, mediante a sabedoria e coragem de superar o desafio das distâncias e a precariedade das estradas e meios de transporte. É dom maravilhoso que ele significou na atual configuração territorial (45.000 km²), graças à boa notícia eclesial dada pelo dinâmico Papa Paulo VI quando, no dia 03 de janeiro de 1978, tornou realidade o sonho de Campo Grande tornar-se mãe das filhas gêmeas: a Diocese de Três Lagoas e a Prelazia de Coxim que, ao completar 25 anos de caminhada, o beato João Paulo II a transformou na atual Diocese.

3. Sim, honra e dever de gratidão pois, na fidelidade a seu lema presbiteral e episcopal "Anunciar as riquezas de Cristo", Dom Antonio investiu dons e talentos em difundir e implantar a Igreja renovada pelo Concílio Ecumênico Vaticano II - cujo jubileu de ouro vamos anunciar e celebrar. De fato ele quis perpetuar o compromisso de que a Diocese de Campo Grande seria intrépida na fiel aplicação do Concílio dando como sinal e testemunho a criação a Paróquia Cristo Luz dos Povos, título inspirado na constituição "Lumen Gentium" sobre a Igreja e sua Missão, no domingo da Páscoa da Ressurreição.
Assim atuando, formava, segundo a ministerialidade eclesial, homens e mulheres conscientes de que são membros vivos da Igreja Corpo de Cristo e corresponsáveis como ‘sal, luz e fermento' na construção do Reino de Deus nas famílias, nas comunidades e no amplo leque da vida sócio-econômico-política e cultural com a diversidade de tantas expressões e denominações religiosas.

4. De fato e sinceramente não seríamos a Igreja que somos sem o ardor com que Dom Antonio exerceu seu ministério apostólico com e em favor da porção do Povo de Deus a ele confiada, e sem sua atuação perseverante, na ótica da diversidade das vocações eclesiais, plantando e cultivando as primeiras sementes dos sacerdotes diocesanos, e cujo exemplo contribuiu favoravelmente nas demais dioceses de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

5. Com Dom Antonio e como ele, agradeçamos a Deus o ministério que exerceu amando a Igreja e doando sua vida por Ela, com a materna intercessão de Nossa Senhora da Abadia, a Mãe terna que, por seu divino Filho, nos conduz à "Casa do Pai" (cf Jo, 14,6; Gl 4,6).

* Ubajara Paz de Figueiredo, é padre da Arquidiocese de Campo Grande, MS, e formador na comunidade de Teologia.

Fonte: Comunicação Regional Oeste 1 da CNBB

Deixe uma resposta

onze − seis =