Cilto José Rosembach *
A campanha da fraternidade de 2012, aponta uma questão social que aflige todo o povo brasileiro que é a questão da saúde pública, seja a falta de atendimento aos enfermos e a falta de prevenção da saúde do povo.
O objetivo da campanha motiva reflexão sobre a realidade da saúde no país, apela para a prática da solidariedade com os enfermos na comunidade e deseja melhorias no sistema de saúde pública. Isto sim quando na verdade necessitaria de uma revolução no sistema de saúde no país.
Do ponto de vista pastoral em seus objetivos específicos, acena para o conceito do bem viver, inspirado no princípio de vida dos povos indígenas; Motiva as comunidades para organizar a pastoral da saúde, ou incentivá-la onde já existe e acompanhar as políticas públicas de saúde em nível local, fiscalizar a aplicação das verbas para a saúde; Defender o sistema único de saúde e fortalecê-lo em detrimento a programas aventureiros que se implantam sem eficiência em prejuízo do povo.
O sofrimento muitas vezes seguido de morte é contrario ao princípio de vida e bem estar da população. O grande desejo e o direito do cidadão que receba tratamento adequado, com a devida cura e a salvação de sua vida. Quando não é possível curá-lo, pelo menos possa ser acompanhado com um tratamento humanizado.
Há enfermidades ou doenças que não escolhem classe social, faixa etária, ela se impõe. Neste contexto em primeiro lugar a nossa solidariedade, e a garantia do direito de receber tratamento adequando. A conferência Latino Americana assim define a saúde: "Saúde é um processo harmonioso de bem estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a sua missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre". Pergunta-se em um país que a saúde não é prioridade do governo, onde há pobreza em percentuais elevados, corrupção, falta de consciência quanto ao direito à saúde de grande parte da população, que prefere chorar a morte dos seus fami liares, em silêncio, ceifados pela falta de atendimento quando enfermos. Será possível colocar em pratica o que a CLA, define e entende por saúde?
Está lançado o desafio para a Campanha da Fraternidade deste ano e penso que seja para o resto da vida. Porque problemas com a saúde sempre haverá.
A titulo de sugestões lanço alguns desafios a ser trabalhados para garantir um bom inicio desta campanha: Além é claro, o texto bíblico de (Lc. 10,25-37) que apresenta pedagogicamente a ação do bom samaritano a ser seguido hoje em relação aos enfermos e necessitados.
a-Em nível local refletir com a população e com todas as faixas etárias,seja na escola, comunidades, catequese, pastorais,grupos de rua, ONGs, movimentos populares, universidades sobre o direito e a necessidade de garantir atendimento a saúde;
b- Motivar a população para a mudança de comportamento no que se refere ao saneamento básico, coleta de lixo, água;
c- Motivar a médio e longo prazo a mudança alimentar, em confronto ao que a industria alimentícia propõe pela exaustiva propaganda;
d- Cuidar dos doentes e fazer deste cuidado um processo de evangelização;
c- Desenvolver a espiritualidade da justiça do Reino de Deus, no que se refere a saúde, meio ambiente e bem viver do povo;
d- Lutar com todos os meios e modos, para que processualmente se implante um sistema de saúde que de fato garanta o atendimento a saúde do povo.
e- Utilizar os meios de comunicação, as mídias sociais, para divulgar as demandas, denunciar as irregularidades e garantir o direito a saúde do povo.
Certamente há muitas sugestões que você poderá acrescentar para que aos poucos sejam colocadas em prática. Uma ótima campanha da fraternidade para você e sua comunidade ou organização social. Paz e bem!
* Cilto José Rosembach é padre da Arquidiocese de São Paulo, Região Brasilândia, mestre em comunicação e diretor da Associação Cantareira e da rádio WEB CANTAREIRA.FM 87,5. www.radiocantareira.org
Fonte: www.radiocantareira.org