Victor Mbesi Wafula *
Para que as comunidades cristãs espalhadas no continente asiático proclamem o Evangelho com fervor, testemunhando a sua beleza com a alegria da fé.
A Ásia é o maior continente da Terra, com 8,6% da superfície planetária e é também o mais populoso, com 4.215.000.000 de habitantes, mais de 60% da população mundial. Foi nesta terra que o Verbo se fez carne e habitou entre nós, pois, o Filho de Deus assumiu as caracteristicas próprias da natureza humana, incluindo a pertença obrigatória do indivíduo a um povo concreto e a uma determinada terra (Exortação Apostólica Ecclesia in Asia, 1999).
O continente conta com 48 países e é o berço histórico das grandes religiões da humanidade, que têm raízes muito profundas na vida e na história de grande parte dos países. É incerto que os seguidores dessas religiões tenham uma disposição natural para renunciar à sua fé e abraçar o cristianismo. Hinduísmo, budismo e islamismo, são as três maiores religiões do continente, que têm juntas mais de 1,6 bilhão de seguidores. Por si mesmos, os números fazem entender porque a Ásia ocupa hoje o centro das maiores preocupações missionárias da Igreja Católica e das igrejas cristãs em geral.
Os católicos somam aproximadamente 18,7% da população mundial, sendo que no continente asiático esse número não chega a 3%. "Nós somos um pequeno rebanho que não tem complexo ou medo de ser uma minoria. Nós não queremos ficar confinados dentro dos muros das igrejas, mas sentimos o chamado a sermos sal e luz do continente asiático", afirmam os leigos católicos na Ásia. Conforme destacam os bispos, o continente é rico em fé, tradições e valores religiosos.
"...e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia, Samaria e até os confins da terra" (At 1, 8). É neste espírito que as comunidades cristãs espalhadas por muitos lugares e povos diferentes, com suas tradições e costumes, buscam ser anunciadoras da Boa Nova no meio do mundo. Essa busca, muitas vezes caracteriza-se pelas incertezas, conflitos, inseguranças, cansaços, sofrimentos, perseguições, desânimos e toda espécie de desafios que podemos imaginar. No entanto, o apóstolo Paulo nos exorta a nos alegrarmos no Senhor. É uma alegria que não é vazia de sofrimento e de desafios, mas sem esquecer o quanto ela é gratificante quando é levada no Senhor (Fil 4, 4).
Na sua mensagem ao Congresso dos leigos católicos em Seul, na Coreia do Sul em 2010, o papa Bento XVI exortou os cristãos na Ásia a testemunharem a incomparável beleza do ser cristão e anunciar Jesus Cristo como único Salvador do mundo.
Certamente, a Ásia vive um processo sem precedentes de crescimento e de transformação social, econômica e demográfica. Mas, é preciso enfrentar os problemas da promoção da liberdade, da justiça, da solidariedade e do desenvolvimento de condições de vida mais humanas. À luz disto, as comunidades estão convencidas da contribuição cristã, única e essencial para o bem do continente. "Somos poucos, mas mesmo assim estamos presentes em toda parte, impulsionados pelo amor por todos os nossos irmãos na Ásia sem exceção ou discriminação. Estamos orgulhosos da riqueza de nossas antigas tradições culturais, e motivados a compartilhar nossa fé em Jesus Cristo, realização de toda aspiração humana", afirmam os leigos na Ásia.
* Victor Mbesi Wafula, imc, é seminarista queniano estudante de teologia na EDT, em São Paulo. Publicado na revista Missões, N. 07 - Setembro 2011.
Fonte: Revista Missões