Ubajara Paz de Figueiredo *
De 16 a 18 de setembro, sexta feira a domingo, em Santa Cruz de la Sierra, as missionárias e os missionários brasileiros na BolÃvia realizarão seu nono encontro fraterno de espiritualidade, de ajuda na missão, de partilha de experiências e de atualização missionária.
Comunicando-se por e-mail, assim se expressa padre Loacir, articulador do encontro: "O dia está chegando e a alegria, aumentando!... É um encontro de missionários/as. Penso que o "grosso da tropa" vai chegar na 6ª de tarde. No sábado, queremos fazer um dia de espiritualidade missionária. Se tens alguma coisa que possa ajudar, podes trazer. O Pe. Camilo, das POM, também está avisado disso. Vamos refletir, rezar, celebrar, ... ficar mais tempo juntos e aprofundar a vivência e o encontro".
O primeiro encontro foi em outubro de 1996 e repetiu-se em setembro de 1997 como laboratório. Nasceu bem e foi assumido como algo importante na vida missionária além-fronteiras. De agosto de 1995 a outubro de 1999 eu era o único padre diocesano em missão nesse paÃs. Marca-me uma convicção muito forte: a missão não começa e nem termina comigo. Pois, por natureza, cabe-lhe revelar e testemunhar que a eclesialidade dos enviados entre si, na comunhão e participação, flui do encontro pessoal com o Cristo vivo desde o Batismo. De fato ao enviar pessoas em seu nome, a Igreja o faz ciente e consciente de que estão plenamente imbuÃdas do compromisso da inserção dinâmica e criativa na Igreja de destino, para servi-la na evangelização e diante dos desafios que a missão suscita.
Minha vida presbiteral tem a marca da ministerialidade da Igreja em efetiva comunhão e participação dos agentes entre si e destes com as comunidades e grupos onde e com quem venham a atuar. Com tal experiência, ao chegar a, Diocese de El Alto, partilhei com missionárias que fui conhecendo, a necessidade da prática de encontros regionais e nacionais dos missionários do Brasil como instrumento de recÃproco apoio na ação evangelizadora. Assim deixei claro que o entranhado amor à Igreja é que inspira, motiva e sustenta tais encontros. A Igreja de origem, pelo testemunho dos missionários, se motiva e se deixa desafiar a nutrir, fortalecer e expandir a consciência de sua corresponsabilidade na evangelização universal além-fronteiras e "ad gentes". E a Igreja de destino dinamicamente se robustece, pois as novas forças missionárias testemunham a validade permanente da oração de Jesus ao Pai na véspera da Paixão redentora: "que sejam UM como nós, ó Pai, e o mundo creia que Tu me enviaste" (Jo 17, 21).
As pessoas se sucedem na missão e os encontros da comunhão e participação cultivadas prosseguem. Retrocedendo no tempo, outubro de 1996 foi ontem! Mas chegou a hora de o nono encontro acontecer!
Nascidos da comunhão eclesial e com ela, a Igreja missionária do Brasil sempre marcou presença nesses encontros por meio do diretor nacional das PontifÃcias Obras Missionárias - POM (Pe. João Panazzolo, Pe. Daniel Lagni), que sempre representou o bispo presidente da Comissão Episcopal Pastoral da Ação Missionária da CNBB, e do/a presidente da Conferência dos Religiosos e Religiosos do Brasil ou representante. Igualmente a Igreja de destino garantiu sua participação por meio da Conferência Episcopal da BolÃvia - CEB, de delegado da Conferência Boliviana de Religiosos - CBR e do diretor das Obras Missionárias PontifÃcias. Fato notável é que superiores e superioras das Congregações programam suas visitas regulares a coirmãos e coirmãs e, pela presença, expressarem o valor dessa rica iniciativa eclesial. No oitavo encontro, em 2009, foi marcante a presença vibrante de dom Sérgio Eduardo Castriani, bispo de Tefé - AM e, então, presidente da Dimensão Missionária da CNBB.
Do nono encontro participarão Pe. Camilo Pauletti, Diretor nacional das POM, Ir. SÃlvio da Silva, presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil, CRB Campo Grande MS e o abaixo assinado, que participa sempre como gesto de fraterna lealdade.
A primeira congregação ou, uma das primeiras, a abrir presença missionária nesse querido paÃs foi a das Irmãs de São José de Chamberry, provÃncia gaúcha, no Vicariato de Reyes, Departamento de Beni, na Amazônia boliviana. Atualmente nossos missionários e missionárias ultrapassam a uma centena (100), e gozam da graça das Irmãs dedicadas à vida contemplativa como são Carmelitas gaúchas em Cochabamba e Potosi. Fundadas no Brasil lá estão, entre outras, as Irmãzinhas da Imaculada Conceição, as Irmãs Missionárias de Jesus Crucificado, as Irmãs Franciscanas de Nossa Sra. Aparecida, as Irmãs Catequistas Franciscanas, as Irmãs do Imaculado Coração de Maria, Irmãs de Jesus na Eucaristia. E muitas são as irmãs de congregações que, de outros paÃses, se estabeleceram no Brasil. E presença missionária masculina conta com os Missionários: os da Sagrada FamÃlia, os Carlistas Scalabrinianos, os Camilianos, os do Verbo Divino, os Espiritanos.
Rezemos a Deus pelos frutos desse nono encontro, por nossos irmãos e irmãs na missão na BolÃvia e em paÃses dos cinco continentes. A SantÃssima Trindade fecunde seus trabalhos e pelo seu ardoroso testemunho missionário desperte inúmeras vocações missionárias para a salvação de todos os povos.
Virgem Santa, Mãe do Missionário do Pai e da Igreja, e Estrela da Evangelização, como em Pentecostes, atraà sobre nós o EspÃrito Santo, protagonista da MISSÃO! AMÉM!
Campo Grande, 09 de setembro de 2011.
* Ubajara Paz de Figueiredo, padre da arquidiocese de Campo Grande, Coordenador do COMIRE Oeste 1. Formador no Seminário Maior Maria da Igreja - Teologia.
Fonte: Comunicação - COMIRE Oeste 1