O necessário preparo

Maria Regina Canhos Vicentin *

Preocupa-me a forma como os jovens encaram o exercício da parentalidade hoje em dia. Muitos parecem querer ter filhos apenas porque isso é o mais usual e, normalmente, acontece com a prática de relações sexuais. Quase não existe preparo para este momento de suma importância na vida do casal e, por extensão, de toda a sociedade. Antigamente as mulheres eram orientadas desde meninas em relação aos cuidados que deveriam ter com as crianças pequenas. Tinham conhecimento do serviço doméstico. Sabiam cozinhar, lavar, passar, bordar. Atualmente, perdoem a franqueza, não sabem nada dessas coisas. Entendem é de celular, Orkut, Facebook, MSN. Os meninos possuem os mesmos conhecimentos. Escrevem incorretamente. Exageram nas gírias e no culto ao corpo. Preocupam-se com futilidades, descuidando-se do principal. Preparar-se para formar uma família é essencial.

Ninguém nasce pai e mãe, e mesmo com todos os avanços educacionais e científicos ainda não produziram uma cartilha eficaz ou um manual de instruções objetivo para jovens pais. A experiência prática continua sendo a que mais ensina, mas nem por isso devemos acreditar que é bom usarmos nossa família como laboratório de pesquisas, pois alguns erros simplesmente não possuem conserto. Isso complica as coisas. Mesmo assim, muitos jovens parecem não estar interessados em aprender sobre a criação e educação dos filhos, nem tampouco a lidar com suas emoções. Faz-se roleta-russa com os relacionamentos, e não sabemos quem será atingido pelo disparo.

Falta comprometimento de quem deseja constituir uma família. Ela não pode ser fruto do acaso, de uma noitada ou uns goles a mais. Precisa ser desejada, tecida aos poucos com os fios do compromisso, do respeito e do bem querer. Filho tem de ser planejado, querido; pois dá trabalho e inspira cuidados. Se não deseja ter trabalho, não tenha filhos. E se os tiver, por favor, procure amá-los. Chega de tratar filho como se fosse cachorro. Um afago na cabeça quando se está carente, e um chute no traseiro quando não se deseja amolação. Filho não pede para nascer, mas quando vem, precisa ser tratado com amor.

Se você é jovem e pensa em formar uma família, prepare-se. Leia sobre relacionamentos e seus conflitos; pais e filhos; sentimentos e como administrá-los. Muitos pensam que é fácil e instintivo casar-se e ter filhos. Não é verdade. É bem difícil. Precisamos nos empenhar seja para viver o matrimônio seja para educar os filhos. Não há como assegurar o sucesso, mas ele poderá ser alcançado mais facilmente por quem segue alguns princípios básicos, já elencados por uma série de estudiosos. A chave é preparar-se. Quem deseja passar num concurso estuda com afinco, pois sabe que será exigido. Na vida familiar é igual. Somos exigidos, por isso precisamos estar preparados. Invista em sua formação pessoal, conjugal e parental. Você não vai se arrepender!

* Maria Regina Canhos Vicentin (e.mail: contato@mariaregina.com.br) é escritora. Acesse e divulgue o site da autora: www.mariaregina.com.br

Fonte: www.mariaregina.com.br

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