Jaime C. Patias
Os participantes do XII Capítulo Geral do Instituto Missões Consolata - IMC, que acontece em Roma desde o dia 9 de maio, se reuniram, neste sábado (11), juto à sepultura do "Apóstolo dos Gentios", para uma celebração de ação de graças na qual a nova Direção Geral tomou posse e jurou fidelidade na função de conduzir o Instituto nos próximos seis anos.
"Viemos para a escola do grande missionário São Paulo, que fez do anúncio do Evangelho aos povos o propósito de sua vida. Estamos também na véspera de Pentecostes, a festa da Missão", afirmou padre Stefano Camerlengo, 55, novo Superior Geral ao iniciar a missa celebrada no altar principal da Basílica papal de São Paulo fora dos Muros em Roma. "Pedimos o dom do Espírito para a nossa família missionária para que a nossa missão seja sempre mais generosa e transparente", prosseguiu padre Stefano, ao presidir a missa que coincidiu com o seu aniversário natalício.
Com o Superior, integram a nova Direção Geral, os padres Dietrich Canisius Pendawazima (tanzaniano; Vice-Superior Geral); Ugo Pozzoli (italiano), José Salvador Medina (colombiano) e Marco Marini (italiano).
Na sua intervenção o padre Camerlengo recordou de todos os missionários da Consolata no mundo, as comunidades e povos com os quais trabalham. "Lembramos das Irmãs Missionárias da Consolata que saudamos com carinho, de todos os benfeitores, amigos, colegas e leigos que colaboram na mesma missão, das nossas famílias que nos doaram para o Senhor e nos acompanham com amor, de todas as pessoas que acreditam na missão; os pobres, os doentes e excluídos, que sempre nos recordam de que lado e com quem está Deus", sublinhou padre Camerlengo. Em seguida, animou os seus missionários a enfrentarem com determinação os desafios e dificuldades para atingir a meta proposta na construção do Reino de Deus.
Inspirado no projeto missionário elaborado pelo Capítulo Geral, padre Camerlengo lançou um convite estendido a todos os missionários: "redescobrir as necessidades básicas do nosso ser e agir impulsionado pelo poder subversivo do Espírito, que nos chama a um caminho de conversão permanente, à plena humanização, a uma autêntica vida fraterna que constrói a comunidade, para viver a missão que é a razão da nossa existência", afirmou reforçando a importância de aceitar a novidade para avançar naquilo que considera prioritário nos próximos anos.
Comentando as leituras da liturgia, padre Camerlengo destacou a diferença entre, uma vida como a dos povos no episódio bíblico de Babel e a aquela inspirada na imagem de Pentecostes. "Enquanto em Babel", disse o religioso, "diferentes pessoas teimam em falar a mesma língua e resulta que ninguém entende, no episódio de Pentecostes, pessoas de todo o mundo falando línguas diversas se entendem, gente dispersa se reúne e todos são acolhidos na sua diversidade". Na sequência, fez uma aplicação à realidade da Congregação que reúne missionários de 23 países. "Na interculturalidade o nosso Instituto hoje tem uma capacidade incrível onde pessoas de diversos povos e culturas vivem juntas. Podemos evangelizar o mundo somente com a nossa convivência. Não sejamos como em Babel, mas procuremos ser como Pentecostes", exortou o Superior Geral, lembrando que, no Evangelho, "Jesus nos convida a ser fonte de água viva para a humanidade".
"Se alguém nos perguntar sobre as realizações mais significativas do nosso Instituto certamente daremos uma lista de obras e mesmo aquelas que estão ainda na nossa mente. Se for assim, decepcionaremos nossos amigos", alertou o padre Camerlengo, explicando que, "a missão do Instituto não é aquela de criar obras de fé, nem de petrificar nas estruturas as exigências da caridade, mas anunciar a esperança aos pobres. Assim, a maior bandeira do nosso Instituto não pode se concretizar no ativismo, mas no tornar-se sempre mais aquela ‘fonte na aldeia', onde todos os que, de mil maneiras estão sedentos, vão buscar água. E hoje, a sede é a busca de sentido último", arrematou.
Animada pelos seminaristas do curso de Teologia, a celebração realizada no mesmo lugar onde os cristãos, por volta do ano 67 AD, sepultaram o cidadão romano, "Paulo Apóstolo Mártir", reforçou a comunhão entre todos os missionários da Consolata espalhados pelo mundo. Após a missa, os capitulares foram recebidos pela comunidade do Seminário Teológico de Bravetta. Um momento de oração deu início à novena em preparação para a festa da Consolata, celebrada dia 20 de junho, quando, em Turim, se concluirá a Assembleia capitular.
Padre Stefano Camerlengo, fez questão de agradecer os membros da Direção Geral anterior, os padres Aquiléo Fiorentini (Superior Geral) Francisco Lopes, Antônio Fernandes e Matthew Ouma (Conselheiros) e Osvaldo Coppola (Secretário), "que nos últimos seis anos conduziram a Congregação com dedicação e competência"
Fonte: Revista Missões