Revista Missões *
Nesta quinta-feira, 25 de março, acontece no Memorial da América Latina, em São Paulo, a 2° sessão do Seminário Liberdade de Expressão / Direito à Informação nas sociedades contemporâneas da América Latina.
Coordenado pela profª Cremilda Medina, da ECA-USP, o seminário foi programado no âmbito da Cátedra Unesco Memorial da América Latina e se articula com evento complementar, que se dará no mesmo local no mês de abril, sob o tema "Liberdade de Imprensa e Democracia na América Latina", que será coordenado jornalistas Eugênio Bucci e Carlos Eduardo Lins e Silva.
Pela manhã, às 9h o seminário discutiu a trajetória brasileira recente na questão da liberdade de imprensa, sob o tema geral "Da censura às atuais regulações da informação de atualidade", com a conferência de Cremilda Medina que tem o tema "Autoria e assinatura coletiva na comunicação social. O projeto de formação universitária".
À tarde, às 14h30, o jornalista José Maria Mayrink fala sobre "Censura e Democracia, o caso Estado de S. Paulo"; às 16h, é a vez de Alberto Dines discorrer sobre "Da censura à imprensa ao lobby da mídia. Um percurso latino-americano"; por fiz, será a vez da conferência de Eugênio Bucci, sob o tema "Mídia privada, mídia pública e intervenções do Estado brasileiro".
Na quarta-feira, 24 de março, Demétrio Magnoli abriu o seminário com uma "Retrospectiva, atualidade e projeção do Direito à Informação na América Latina". Cientista social, geógrafo e jornalista, Magnoli fez um "Panorama nas sociedades latino-americanas - da vocalização da Nova Ordem da Informação à doutrina contemporânea do terror mediático". Ele começou listando os casos recentes em Cuba e Irã, onde o bloqueio oficial à imprensa livre tem sido vazado pelos novos meios de comunicação - "reportagens" feitas por gravadores digitais e celulares que gravam som e imagem foram enviadas por pessoas comuns por meio das várias ferramentas da internet, como redes sociais, twitter e blogs.
Magnoli sublinhou a diferença com os anos 70, quando 80% da informação internacional era difundida pelas agências americanas APE e UPI e as européias France Press e Reuter. Outros 15% do bolo de notícias internacionais que circulavam no mundo vinham das agências EFE e ANSA, também européias. Somente 5% eram, digamos, "independente". Apesar dessa melhora, a liberdade de imprensa enfrenta sérias ameaças na América Latina, segundo Demétrio Magnoli. "O princípio da liberdade de imprensa passou hoje a ser rejeitada explicitamente pela esquerda". Será então que defender a liberdade de imprensa é uma postura de direita, pergunta Magnoli.
Para ele, a ditadura totalitária, como a de Cuba, por exemplo, diferentemente da "ditadura normal", censura a liberdade em nome do futuro, pois postula uma razão de princípio e não de circunstância. Assim é que o fascismo censurava para o bem da nação italiana, o nazismo em nome da raça pura e o comunismo em defesa do proletariado mundial.
* da redação com informações do Memorial da América Latina
Fonte: Revista Missões