Cristina Santos
Manuel Dias sente-se realizado com a sua longa experiência num país da América Latina. Lembra que, além dos problemas que o país atravessa, há também muitos aspectos positivos.
O missionário da Consolata permanece em missão na Colômbia, há 25 anos. Atualmente vive em Bucaramanga, uma das maiores cidades do país, mas durante a sua longa e "muito boa experiência" conheceu outras regiões do país, como a floresta amazónica, Caquetá. "Foi uma experiência muito positiva, pois fui o primeiro missionário português [da Consolata] a partir para a Colômbia", recorda o sacerdote. As pessoas já estavam habituadas à presença de missionários estrangeiros e apreciam-nos muito - explica. "A aceitação foi sempre muito grande", afirma Manuel Dias.
Reconhece a presença das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o narcotráfico como dois grandes problemas da Colômbia. É um dos países com mais refugiados internos: cerca de 3 milhões de pessoas. Muitos habitantes para fugirem às dificuldades emigram para a Venezuela e Espanha. Contudo, o missionário registra avanços notáveis desde a sua chegada ao país. A melhoria dos meios de comunicação e habitações, a criação de pequenas indústrias e consequente aumento dos postos de trabalho, e o forte sentido de democracia foram alguns dos exemplos citados pelo português. "Há uma preocupação em evoluir, desenvolver", assegura Manuel Dias.
A Colômbia é, frequentemente, referenciada pelos seus aspectos negativos. Entre eles, constam os conflitos sangrentos entre os guerrilheiros das FARC e exército e a pobreza da população. Manuel Dias discorda da imagem, exclusivamente negativa, que a comunidade internacional formou sobre o país e afirma que a "Colômbia não é o pior, mas sim um dos melhores da América Latina". "Há muitas coisas boas. As pessoas são muito acolhedoras. É boa gente! Vivem no seu sofrimento, no seu desejo de progredir. Porém, há uma ideia muito negativa do país", lamenta o sacerdote.
Fonte: Fátima Missionária