José Bortolini *
Quando o amor se torna nossa principal energia, somos capazes de coisas extraordinárias. Ele é a força que nos faz superar com alegria os mais difíceis obstáculos; é a luz que põe um brilho novo em nossos olhos.
Mas o que é o amor? É difícil dizer. O próprio Deus foi definido como amor (1Jo 4,8), e querer defini-lo é querer demais. Mas há um caminho seguro que nos leva não à definição, mas à experiência de como se manifesta o amor. E esse caminho se chama Jesus.
Ele é o amor fiel de Deus (Jo 1,17), amor que faz suas próprias leis, pondo sempre a vida em primeiro lugar e acima de todas as coisas. Deus escolheu o amor para mostrar um pouco daquilo que ele é. Escolheu Jesus e o enviou ao mundo para dar a conhecer esse amor, de sorte que quem o vê, vê o Pai (Jo 14,9).
Em palavras e atos, ele o demonstrou. Disse que o amor é autêntico quando transborda e encontra um "tu" com quem a pessoa que ama forma uma parceria de vida: "Ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos" (Jo 15,13). Por isso é que se pode concluir com certeza: o amor não mata, em nenhuma circunstância. Quem, por acaso, admite que se possa matar por amor está redondamente errado. Ao contrário, o amor tem por vocação e essência transbordar de si para os outros, dando a vida.
Foi o que Jesus fez. "Elevado" lembra o calvário, a cruz e, sobretudo, aquele que nela foi pregado, como prova de que, "tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim" (Jo 13,1). É por isso que suas últimas palavras no Evangelho de João são também o resumo de todo o seu agir: "Tudo está consumado" (Jo 19,30).
* Sacerdote mestre em Bíblia, poeta e escritor de livros sobre a Sagrada Escritura.
Fonte: O Domingo